Intimidação e repressão policial sobre dirigentes e delegados sindicais da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública Versão para impressão
Quarta, 19 Janeiro 2011 13:30

No dia 18 de Janeiro realizou-se junto à residência oficial do 1º Ministro o Plenário Nacional de activistas, dirigentes e delegados sindicais da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública.

O STML esteve presente através dos seus delegados e dirigentes sindicais, enquanto estrutura filiada da CGTP-IN e, igualmente da Frente Comum.

O plenário nacional teve um grande objectivo, nomeadamente, a denúncia das políticas e medidas do governo que atingem particularmente os trabalhadores da administração pública, através do roubo dos salários e a retirada de direitos. Relembramos, que a medida injusta e ilegal da redução salarial, foi já alvo por parte de inúmeros sindicatos da Frente Comum, onde se inclui o STML, da entrega de providências cautelares. Será igualmente exigido a inconstitucionalidade desta decisão, da única e exclusiva responsabilidade do governo PS (D), junto do Tribunal Constitucional.

O plenário foi concluído às 16h30! (Pensávamos nós!)

Contudo, no momento em que todos os presentes se dirigiam para os seus carros, para as suas casas, para os seus afazeres, o corpo de intervenção da PSP que se encontrava no local, numa postura incompreensível, intolerante e roçando posturas fascizantes que fizeram lembrar a polícia política no tempo da ditadura, a PIDE, proibiu o normal abandono daquele local pelas dezenas de homens e mulheres que lá se encontravam.

 

No decorrer da confusão criada e alimentada pela PSP, vários dirigentes e delegados sindicais, homens e mulheres, foram agredidos gratuitamente, com pontapés, murros, cotoveladas…num cenário que fez recordar os tempos em que não tínhamos liberdade, em que não nos podíamos manifestar e, muito menos, defender os nossos direitos. O tempo da ditadura que a revolução do 25 de Abril demoliu e que agora, parece querer regressar, sobre os “novos” conceitos de liberdade e democracia de um governo dito socialista lembrando igualmente, o tempo em que Cavaco Silva foi 1º Ministro!

A PSP e o seu Corpo de Intervenção, sob ordens superiores do governo, nomeadamente do Ministério da Administração Interna, achou por bem dar o exemplo e aprofundar o clima de repressão e intimidação com a ordem de prisão a dois dirigentes sindicais. Com argumentos infundados e irreais, foram algemados e violentamente introduzidos na esquadra, de onde foram posteriormente transferidos para a esquadra da PSP de Alcântara, no Calvário. Ai, foram identificados, fotografados e tratados como meros criminosos.

A indignação e a revolta das dezenas de activistas sindicais, cresceu de tom inevitavelmente! De forma determinada e consciente, ninguém abandonou o local, exigindo o regresso imediato dos seus camaradas de luta.

Face ao ambiente ditatorial imposto pelo governo por intermédio da PSP, não havia outra solução que defender intransigentemente os nossos direitos, exigindo a libertação imediata dos dois dirigentes.

Ambos os dirigentes sindicais foram libertados por volta das 20h00 e ambos regressaram ao local de onde os tinham levado ilegal e violentamente. A reacção dos activistas presentes e outros tantos que entretanto se juntaram solidariamente, foi um ensurdecedor grito: “A LUTA CONTINUA!”

No dia seguinte, apresentaram-se no Tribunal, desenvolvimentos dos quais ainda não temos conhecimento.

Face a este clima persecutório por parte do governo, os trabalhadores da administração pública e as suas estruturas representativas não se calarão! A luta é a única resposta possível a quem nos quer impor sacrifícios, uns atrás dos outros e, sem qualquer escrúpulo, desrespeita os direitos, liberdades e garantias consagrados na Lei máxima deste país, a Constituição da República Portuguesa. O acontecimento repressivo de 18 de Janeiro é um exemplo claro do que acabámos de afirmar.

Não desistimos enquanto não forem retiradas e arquivadas todas as acusações aos dois dirigentes sindicais encarcerados e acusados indevidamente.

Defendemos os nossos direitos, exercendo-os! Hoje, mais do que nunca!

A luta continua, com determinação e confiança!