Saudação aos Trabalhadores do Municipio de Lisboa Versão para impressão
Quarta, 30 Novembro 2011 15:49

SAUDAÇÃO

 

O STML saúda todos os trabalhadores do município de Lisboa que aderiram à Greve Geral do passado dia 24 de Novembro.

Uma Greve Geral que teve a concordância massiva dos trabalhadores da autarquia e das empresas municipais.

Realçar as adesões extraordinárias verificadas na Limpeza Urbana, no Regimento de Sapadores Bombeiros, nas Oficinas de Reparação e Manutenção Mecânica em particular e no Complexo dos Olivais II no geral, com níveis a rondar, em todas as situações, 90% a 95%.

Referir com igual importância o encerramento de todos os refeitórios municipais, de vários equipamentos desportivos e culturais, com destaque para o Teatro Maria Matos, Teatro São Luís, o Castelo de São Jorge, o Padrão dos Descobrimentos e o Museu do Fado.

O STML organizou vários piquetes de greve, nomeadamente, no Aeroporto, nas Garagens dos Olivais III, no Complexo dos Olivais II ou no Edifício Central do Campo Grande. A todos os Delegados Sindicais e trabalhadores que se disponibilizaram nestas importantes e essenciais tarefas, um grande abraço solidário. O sucesso da greve geral também se deve ao empenho e determinação de todos estes homens e mulheres que lutam com uma confiança inabalável por um Portugal com futuro.

A noite de 23 para 24 de Novembro demonstrou em grande medida a justiça, pertinência e necessidade da Greve Geral no sentido de inverter o rumo desastroso que nos querem impor.

Uma Greve Geral contra a politica anti-social e de retrocesso civilizacional do governo PSD/CDS, e onde o PS não está, de forma alguma, ilibado.

Uma Greve Geral contra a destruição dos serviços públicos municipais e a degradação das condições de vida dos trabalhadores do município, objectivos e intenções já assumidos pelo presidente da CML, no seu famigerado despacho nº128/P/11.

No plano nacional, mais de 3 milhões de trabalhadores portugueses fizeram greve e demonstraram o seu repúdio aos roubos dos subsídios, ao aumento brutal dos impostos, dos transportes públicos, dos bens essenciais, dos medicamentos ou das taxas moderadoras.

Mais de 3 milhões de trabalhadores, do sector público e privado, jovens e menos jovens, homens e mulheres, todos afirmaram BASTA!

Face ao aparente autismo dos responsáveis do governo, aliás reforçado com as declarações ofensivas sobre os números da greve, ridicularizando todos aqueles que, de facto, a fizeram, o caminho que traçamos para defender os nossos direitos e interesses, mantêm-se, isto é, a luta irá continuar, com mais força e confiança.

Foi este o sentimento demonstrado junto à Assembleia da República pelos milhares de trabalhadores que responderam ao apelo da CGTP-IN, concretamente, em trazer a Greve Geral para a rua no dia da sua realização.

Centenas de trabalhadores do município de Lisboa, da Câmara Municipal e de várias empresas municipais, marcaram igual presença e demonstraram igual satisfação, combatividade e muitos gritaram bem alto, "a luta continua, nos serviços e na rua!".

Referir ainda, como nota de rodapé, que a manifestação convocada pela CGTP-IN não esteve relacionada com os desacatos ocorridos ao fim do dia junto às escadas da Assembleia da República. Aliás, uma ideia transmitida, aparentemente de forma inocente, pelos principais órgãos de comunicação social, que secundarizaram assim, o sucesso estrondoso da Greve Geral. Basta enfatizar o facto de todos os telejornais da noite de 24 de Novembro, terem relevado para segundo plano a Greve Geral para transmitir desacatos e agressões. Desvalorizam assim, directa ou indirectamente, a luta organizada e pacifica de 3 milhões de portugueses, enfatizando simultaneamente a violência desorganizada de uns poucos.

Não querendo desvalorizar todos os movimentos que justamente contestam o agravamento generalizado das condições de vida, do respectivo empobrecimento e nas desigualdades crescentes e gritantes, o STML não concorda com os actos de violência gratuita criados e alimentados por meia dúzia de indivíduos que, por essa via, fazem esquecer as razões inteiramente justas de todos os outros cidadãos que se manifestam pacificamente.

Com este tipo de atitudes, não nos surpreende o “justificado” reforço policial que, cada vez mais, se verifica nas acções de rua da CGTP-IN e dos seus sindicatos, além de sucessivas noticias e relatórios provenientes dos órgãos máximos da segurança nacional portuguesa que unicamente têm o objectivo de intimidar os trabalhadores e evitar assim, a luta organizada na rua.

Por último e regressando ao contexto da nossa cidade e da "nossa casa", é importante denunciar a constatação de práticas velhas, retrógradas e anti-democráticas para não dizer ilegais, que muitos responsáveis intermédios de recursos humanos insistem em desenvolver um pouco por todo o lado.

Falamos das estratégias de convencimento que levam muitos trabalhadores a puder justificar a posteriori o dia em falta pela adesão à greve por um dia de férias ou por outra justificação aparentemente legal.

O STML condena estas práticas e alerta todos os trabalhadores que não aceitem a desvalorização da sua luta, justíssima diga-se, e que assumam sem receios nem tibiezas, o direito à greve.

A Greve Geral do passado dia 24 de Novembro foi justa, oportuna e, principalmente, unânime e todos devemos assumi-la conscientemente.

Conscientemente, afirmamos estar contra a usurpação em curso aos nossos salários, aos nossos direitos e às nossas aspirações.

A luta de todos continua, como se verificou no dia 30 de Novembro com milhares de trabalhadores que desfilaram para a Assembleia da República no dia da votação geral do Orçamento de Estado para 2012.

A luta irá continuar na semana de 12 a 17 de Dezembro, nas acções descentralizadas em todos os distritos do país convocada pela CGTP-IN.

A luta continua na autarquia de Lisboa contra a desregulamentação total dos horários de trabalho, contra a redução das remunerações salariais, contra a degradação e destruição dos serviços.

O momento que vivemos é de luta e a ela não fugiremos!

Basta de sacrifícios sempre para os mesmos!

Viva a luta dos trabalhadores do município de Lisboa!

Viva a luta dos trabalhadores portugueses!