27.NOV | GREVE GERAL na EGEAC alerta de forma clara para os problemas que a Administração e a CML devem solucionar quanto antes!
A Greve Geral convocada pelo STML para toda a EGEAC, demonstrou uma grande insatisfação que permeia em várias áreas da empresa. Acima de tudo, o Sindicato saúda as dezenas de trabalhadores e trabalhadoras que souberam estar à altura das circunstâncias, ou seja, aderindo à greve, demonstrando de forma inequívoca o seu descontentamento.
Por outro lado, não ignorando a realidade da empresa e as suas idiossincrasias, é mais importante neste momento registar a concordância quase unânime sobre as razões, mais do que justas, para avançar e realizar esta greve. Aos trabalhadores que optaram por ir trabalhar, sabemos que as razões que os motivaram, em nenhum momento implicam qualquer discordância com os motivos desta Greve Geral.
Independentemente do nível concreto de adesão, tratou-se de uma Greve Geral que se fez sentir em todos os locais de trabalho da EGEAC! Registamos o encerramento do Teatro Romano e do núcleo da Casa dos Bicos, das cinco Galerias Municipais, do Serviço de Conservação e Restauro de Azulejos, ou ainda da Casa Fernando Pessoa. Muitos eventos e atividades foram cancelados, como no Teatro São Luíz ou no Teatro Variedades. Houve também o encerramento das bilheteiras em inúmeros locais de trabalho, como no Cinema de São Jorge, Teatro do Bairro Alto, Teatro São Luíz, LU.CA, ou Castelo de São Jorge. Aliás, neste último caso, os 88% de adesão à greve revelam de forma clara o profundo mal-estar que se vive neste local de trabalho. Nos casos do Cinema de São Jorge, do LU.CA ou do Teatro do Bairro Alto, a adesão aproximou-se dos 70%.
Valorizar também a grande participação dos trabalhadores da EGEAC no piquete de greve organizado e plenamente assumido junto à entrada principal do Castelo de São Jorge. Muitos foram os turistas que, solidários com os motivos da luta, optaram por não visitar este equipamento, mesmo em situações em que já tinham adquirido através da venda online o bilhete de entrada. Durante o período da manhã, foi explicado a todos os visitantes pelos próprios trabalhadores as razões que motivaram a sua greve.
Por último, sublinhar a intervenção do STML na Reunião Pública de Câmara deste dia 27 de novembro, onde relembrou, reforçou e valorizou a luta dos trabalhadores da EGEAC. Uma intervenção programada há mais de um mês e que a CML tentou impedir que se concretizasse. Foi também a determinação sentida nesta Greve Geral que contribuiu para inverter o sentido antidemocrático que aparentemente se vive nos Paços do Concelho.
Perante a primeira Greve Geral na História da empresa, é evidente o alerta que os trabalhadores da EGEAC deram à Administração e à Tutela (a CML) sobre a urgência das suas reivindicações, que aqui sublinhamos uma vez mais:
- Iniciar ainda em 2024 um verdadeiro processo negocial com o STML sobre aumentos salariais intercalares;
- Assumir uma política de contratação que respeite os conteúdos funcionais das categorias profissionais que procuram efetivamente reforçar e/ou colmatar;
- Disponibilizar aos trabalhadores da empresa todos os serviços implícitos à Medicina do Trabalho;
- Alargar a contratação de trabalhadores para todos os equipamentos onde há falta de meios humanos;
- Avançar de forma transversal com os processos de reclassificação profissional;
- Repor justiça no seio dos trabalhadores com as mesmas funções profissionais, mas com níveis salariais desiguais, assumindo a reclassificação salarial nesse propósito;
- Aumentar o investimento na melhoria das condições de trabalho, destacando neste particular o Castelo de São Jorge;
- Respeitar o direito à conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar de todos os trabalhadores, principalmente quando se define os horários de trabalho;
- Pôr termo a qualquer prática de assédio laboral, seja qual for a forma que assuma;
- Regularização do pagamento do trabalho suplementar realizado durante o ano de 2022.
A Luta irá continuar até obtermos as respostas que pretendemos! Neste momento, é importante referir que o STML já fez queixa à ACT sobre a ausência de Medicina de Trabalho, realidade que, para além de desprezar os direitos dos trabalhadores, afronta o atual quadro legal nesta dimensão.
Nos próximos dias, o Sindicato também enviará ao Conselho de Administração um pedido de reunião, não só para avaliar as soluções aos problemas e reivindicações conhecidas, mas também para iniciar o processo negocial de revisão salarial para 2025.
O STML continuará a acompanhar a realidade dos trabalhadores da EGEAC, agora com maior confiança e determinação. Juntos e organizados, iremos sempre mais longe!