Como previamente anunciado, a 8 de abril o Sindicato reuniu com o Presidente da CML. Também presentes, o Vice-Presidente da autarquia e o responsável pela Direção Municipal dos Recursos Humanos (DMRH).
Esta reunião, solicitada pela Direção do STML em março deste ano, teve como objetivos esclarecer e debater vários processos envolvendo os direitos, os rendimentos e as condições de vida dos trabalhadores do município, destacando naturalmente os trabalhadores da Câmara e Empresas Municipais. Processos que, nesta fase, dependem em exclusivo de vontade e decisão política por parte do atual Executivo, principalmente na pessoa do seu responsável máximo, o Presidente Carlos Moedas. Neste sentido, dos assuntos abordados, sintetizamos o seguinte. Assim,
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Novo Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP).
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Não desvalorizando o agendamento para o próximo dia 15 de abril da primeira reunião de negociação sobre este tópico em particular com o Vice-Presidente da CML, o STML procurou sensibilizar o Presidente Carlos Moedas para duas medidas que constam na proposta do Sindicato para um novo ACEP, nomeadamente a opção gestionária e a atribuição do passe metropolitano aos trabalhadores da autarquia.
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- A primeira medida procura, no essencial, diminuir o número de anos que os trabalhadores têm que aguardar para progredir na sua carreira – atualmente são necessários oito (8) anos via avaliação de desempenho – e, caso se aplicasse a opção gestionária, passariam a ser necessários apenas cinco (5). Em síntese, garante-se uma mais rápida progressão profissional e uma maior valorização dos rendimentos, aumentando por esta via a atratividade em termos de recrutamento e fixação de trabalhadores para serviço municipais atualmente bastante carenciados de meios humanos.
- A segunda medida, assegura também, mas indiretamente, a valorização dos rendimentos dos trabalhadores da CML, com a diminuição dos custos mensais em termos de mobilidade, além de ser benéfica no plano ambiental como por exemplo, o incentivo à utilização de transportes públicos em detrimento da viatura pessoal. Acresce o facto da CML estar em excelentes condições para assumir esta medida, considerando o seu papel e responsabilidade na CARRIS, mas não só.
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O Presidente Carlos Moedas anuiu com os argumentos apresentados pelo STML, mas nesta fase comprometeu-se apenas em estudar os vários cenários em termos de impacto e sustentabilidade financeiros.
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Marcação de Faltas Injustificadas a trabalhadores que aderiram à greve no passado mês de dezembro.
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No âmbito da greve realizada em dezembro no serviço municipal da Higiene Urbana, em que os serviços mínimos foram sempre cumpridos na íntegra, houve um conjunto de trabalhadores a quem foi atribuída uma falta injustificada quando exerceram o seu legítimo direito à greve. A argumentação dos serviços, tanto dos recursos humanos, como da higiene urbana, prende-se com o facto destes trabalhadores terem sido escalados para os serviços mínimos decididos pelo Colégio Arbitral da DGAEP. Contudo, o que a lei determina, é que se existem trabalhadores para cumprir os serviços mínimos, ou seja, que optaram por não fazer greve, são estes os primeiros a serem responsabilizados por estes mesmos serviços.
O Presidente assumiu o compromisso em avaliar este processo. Por parte do Sindicato, relembrou-se que o Direto à Greve, é um Direto consagrado constitucionalmente, ou seja, nenhum trabalhador por ser prejudicado pelo exercício pleno deste mesmo direito!
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Bloqueio à Comunicação Sindical do STML via rede da intranet da CML.
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Desde dezembro do ano passado que o Sindicato tem denunciado uma prática a todos os níveis inaceitável, que passa por haver “alguém” no seio da autarquia que se arroga o direito ilegítimo de definir o que pode ou não ser divulgado pela rede da intranet – cml_all – em termos da informação sindical da responsabilidade do STML dirigida aos trabalhadores da CML.
Certo é que nas últimas semanas, todas as comunicações do Sindicato foram devidamente divulgadas, contabilizando à data desta reunião (8.abril), vinte e duas (22) comunicações emitidas pela Direção do STML, das quais, dez (10) foram bloqueadas entre dezembro e fins de fevereiro. Aparentemente, observa-se agora uma normalização na divulgação da informação sindical, respeitando, não só os direitos dos trabalhadores, mas também o disposto no ACEP celebrado em 2019 entre a CML e o STML. Contudo, o Sindicato deixou bem claro que estas práticas não serão nunca aceitáveis num regime livre, plural e democrático.
O Presidente afirmou desconhecer este problema, reiterando a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores da autarquia, principalmente no que concerne ao direito à liberdade de informação sindical, acrescentando que não permitirá que situações como esta se voltem a repetir.
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Impasse nos processos negociais relativos às empresas municipais – SRU, GEBALIS e EGEAC
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Relembrou-se, por último, a realidade que marca negativamente a vida dos trabalhadores das três empresas municipais que o Sindicato acompanha. Na SRU, está bloqueado o processo negocial que visa a instituição de um Acordo de Empresa (AE) por razões que se desconhecem. Na GEBALIS e na EGEAC, perante a obrigatoriedade expressa no respetivo AE sobre uma negociação salarial anual, têm-se imposto, através de decisões unilaterais das suas administrações, decisões que não valorizam os trabalhadores e muito menos respeitam as suas condições de vida. Certo é que no caso concreto da EGEAC, o processo negocial para 2025 ainda decorre, mas os meses passam e os resultados até agora são pouco ou nada animadores.
O Presidente não se pronunciou diretamente sobre estes problemas, afirmando neste sentido ser o Vice-presidente quem detém a responsabilidade de interagir e definir orientações políticas junto das administrações destas três empresas municipais.
Em suma, dos vários processos abordados pelo STML com o Presidente da CML, assumiu este último uma avaliação sobre cada um deles. Quanto à realidade associada às empresas municipais, coube ao Vice-Presidente saber algo mais sobre os problemas apontados pelo Sindicato, sublinhando, todavia, que as administrações têm autonomia e independência para decidir… Resta-nos relembrar que essas mesmas administrações (EGEAC e GEBALIS principalmente, já que na SRU, o silêncio impera) afirmam impedimentos provenientes da tutela, a CML, quando se tenta negociar aumentos salariais acima da taxa de inflação, ou seja, que de facto materialize um aumento real dos salários dos respetivos trabalhadores.
O STML continuará a acompanhar os trabalhadores do município de Lisboa, defendendo os seus direitos e as suas expetativas! O eterno propósito que marca historicamente a natureza e os objetivos deste Sindicato, passará sempre pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores que acompanha, defende e representa, elemento essencial na melhoria do serviço público, nas suas várias dimensões, que pode e deve ser prestado junto da cidade e da população de Lisboa.