A Greve Geral decidida pelos trabalhadores da Higiene para os dias 26 e 27 de dezembro, formalizada em inícios deste mês pelos seus Sindicatos – STML e STAL – tem revelado na globalidade (período da manhã, tarde e noite, entre cantoneiros e condutores) uma adesão de cerca de 60%!
Apesar da adesão global até agora muito positiva, não podemos deixar de referir dois elementos que em muito condicionaram um envolvimento mais robusto dos trabalhadores. Assim,
1. Nesta altura do ano, com ausências por motivo de férias, baixas, assistência à família, entre outros motivos, foi imposto o trabalho obrigatório a cerca de 20% da força de trabalho disponível decorrente dos serviços mínimos decretados, numa restrição inaceitável, como várias vezes afirmámos, ao livre exercício do direito à Greve.
2. Verificou-se ainda uma prática de intimidação geral (ameaças veladas ou mais diretas) junto dos trabalhadores com menos anos de “casa”, ou seja, ainda à espera da avaliação pelo período experimental, concluído ou ainda em curso. No essencial, muitos dos trabalhadores que entraram para a CML nestes últimos meses, foram “persuadidos” a trabalhar de forma a não perderem o seu posto de trabalho. A repressão assume várias faces, e com este Executivo tem sido por demais evidente.
Contudo, mesmo neste contexto difícil, ao qual se somou a estratégia da CML junto da opinião pública de Lisboa que, pela voz do seu Presidente Carlos Moedas, diabolizou os Sindicatos e, mais grave ainda, desdenhou as reivindicações dos trabalhadores da higiene urbana, é de valorizar a enorme coragem e determinação dos cerca de 500 trabalhadores que fizeram greve no dia 26, o primeiro dos dois dias de greve decretados.
A luta continua, ainda hoje, com o segundo e último dia de greve! Para 2025, caberá à CML garantir as respostas que até hoje não foram dadas. Quer em relação ao acordo de 2023 (que a CML apenas respeitou em 35,8%), mas também nas respostas ao memorando entregue este ano (maio.24), ou revertendo um conjunto de decisões que ofendem os trabalhadores numa base diária.
Nesta fase, não podemos deixar de saudar e valorizar os trabalhadores em GREVE! Por melhores condições de vida, mas também por um serviço público de qualidade junto da cidade e da população de Lisboa!
Dá mais força à Luta que é tua!
Sindicaliza-te!